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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Festa do Sairé

Origem da palavra Sairé

A palavra Çairé origina-se dos dois termos Çai Erê, que significa “Salve! Tu o dizes”, que era usada pelos índios como forma de saudação. Entretanto há uma controvérsia quanto a grafia da palavra Çairé. A palavra original é Sairé, mas em alguns momentos a comunidade de Alter-do-Chão, achou por bem, ou talvez por associarem sua derivação à linguagem indígena, passaram denominar a festa com uma nova escrita: Çairé. Entretanto, como pode-se contatar não há na língua portuguesa nenhuma palavra que inicie-se com "ç" e houve uma nova discussão sobre o assunto e por consenso, voltou-se a chamar a festa por seu nome original, Sairé.

Sairé: O Profano e o Religioso

saire

Originariamente, a Festa do Çairé era um baile indígena (puracê), uma "corda em giro", ou melhor, uma espécie de dança de roda conduzida por um "arco", que era o motivo indígena desse préstito e festival, o centro geométrico de um animado puracê (baile). No período da colonização, padres jesuítas navegavam pelo rio Amazonas, catequizando os índios com música e dança - o que deu início a um ritual religioso, que se repete durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, com ladainhas e rezas. Esse rito é um exemplo de como foi o missionário mestiçando a fé católica, através da dança e do canto, para catequizar o índio e dominá-lo por fim. Transformou-se portanto, em uma cerimônia religiosa e profana, onde entram nela a reza e a dança. Essa, consistia em passos curtos, como o de marcar passos dos soldados, com um movimento em que uma índia do centro servia de eixo sobre o qual girava o Çairé.


Sairé: A manifestação cultural

Com o passar do tempo, a festa do Sairé foi incorporando características populares com o acréscimo de danças e folguedos. Tais modificações fizeram com que a Igreja proibisse a sua realização em 1943. Somente em 1973, os moradores da vila de Ater do Chão resgataram o evento, conservando mais o cunho folclórico do que o religioso. A festividade era comemorada no mês de julho e posteriormente passou para a primeira quinzena de setembro.

A partir de 1997, foi inserida da festa do Sairé, a disputa dos Botos Cor de Rosa e Tucuxi como forma de enriquecer, difundir e manter viva a lenda mais famosa do povo amazônico. Como descreve a lenda, o boto se transforma em homem belo em noites de lua cheia, encanta as mulheres e seduz a cabocla mais bonita do povoado. A cada edição do Sairé, os botos se enfrentam na arena, desenvolvendo temas diferentes, porém sempre ressaltando a grandeza e beleza do caboclo amazônico.

boto tucuxi boto cor de rosa

O festival do Sairé e os Botos Cor de Rosa e Tucuxi têm como compromisso fazer de suas apresentações um resgate do imaginário poético de uma região abastada em lendas e estórias, além de promover o crescimento e a divulgação da nossa cultura e dos artistas locais. Para este ano, os botos lançaram os seguintes temas: ‘Este rio é minha rua' (Boto Cor de Rosa); ‘O suspiro da Amazônia’ (Boto Tucuxi). A programação oficial do Sairé 2009 pode ser conferida clicando aqui.

Ouça umas músicas típicas da festa

Estava aqui fuçando as profundezas de meu disco rígido e encontrei músicas de um álbum intitulado Çairé 1998 em que as músicas são cantadas pelo cantor Luiz Alberto e Grupo Borari. O nome das faixas eu não possuo. Disponibilizo as músicas para serem escutadas no player a seguir.






FONTE: Wikipedia, Brasil Mitos e Lendas e NoTapajos.com.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tango Amazônico

A temática do atualismo! Embora seja de mais de uma década atrás, o tema desta música de Nilson Chaves, composição de Luiz Fontana, não deixa de estar presente no dia-a-dia.

Tango Amazônico
Cantor: Nilson Chaves
Compositor: Luiz Fontana

Desde os tempos da Isabel
Já tinha índios abafando no inglês
Nossa Amazônia transformada em cartel
Nossa madeira na borracha e no papel
Do Tupi do Guarani
Só restou o Raoni
E um LP de rock'n roll
Que o Sting lhe deixou
Pelos tempos que passou
Nessas terras de Cabral
Tão roubando pra xuxu
Bem por debaixo do bigode do Sarney
E muita gente que se diz Caramuru
Tá na verdade construindo o Norte-Sul
Pelo bem da economia
Vão fazendo a ferrovia
E serrando nosso pau
Compensando a ecologia
Chico Mendes vira samba
Concorrendo ao Carnaval
Intercede o americano
E o mundo inteiro preocupadocom o País
A Xuxa no poder, Brizola sem saber
Pois nesta terra tudo pode acontecer
Se queima a gasolina, engana a malha fina
e a Rede Globo vai pegando pra valer...
E nas águas do plim-plim
Eu me transformo num herói tupiniquim.
Tira mão do meu terreiro
Esta eu vi primeiro
Tá provado pelo mapa
Teu buraco é mais em cima
Sai pra lá não se aproxima
Pois eu vou contar pro Papa.
Amazônia é minha e ninguém tasca
Não enche o saco vai cuidar do teu Alasca
Isso não se faz onde já se viu
O Tio Sam tirando casca do Brasil.
Isso não se faz onde já se viu
O Tio Sam que vá pra...
Olé!

Ouça aqui a música:

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Fotos da Enchente em Santarém


Todos nós pudemos acompanhar pelos noticiários informações sobre as enchentes que atingem a região Norte de nosso país. Segue aqui nessa postagem imagens recebidas por email que relatam a situação da região da orla de Santarém e proximidades.


Clique na imagem a seguir para visualizar.



domingo, 24 de maio de 2009

Antes e Depois: Orla de Alter do Chão

A nova orla de Alter do Chão deu uma nova cara à vila balneária, com obras de iluminação pública, pavimentação, construção de praça, quiosque, calçamento e paisagismo. As obras de revitalização da orla de foram executadas pelo Governo do Estado, através da Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedurb), e faz parte do Programa Pará Urbe, financiado com recursos do governo do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Podemos observar nas imagens do antes (esquerda) e depois (direita).

ANTES (INÍCIO DA DÉCADA DE 90)DEPOIS (2008)








terça-feira, 19 de agosto de 2008

Hino do município de Santarém

O Hino Municipal de Santarém teve sua letra produzida por Paulo Rodrigues dos Santos em 1948 e sua música original, de Wilson Fonseca, data de 1941. O hino foi oficializado pela Lei Municipal nº 245/71, de 23 de outubro de 1971. Conforme afirma Vicente Fonseca, as primeiras palavras do hino, aliás, aproveitadas pelo Poeta Paulo Rodrigues dos Santos, são de autoria de Wilson Fonseca: "Santarém do meu coração", que revela o seu amor pela Pérola do Tapajós, reafirmado em tantas outras composições, verdadeiros clássicos do cancioneiro santareno, algumas consideradas hinos sentimentais da terra querida, com o caso das músicas Canção da Minha Saudade e Minha Terra Querida.

Letra: Paulo Rodrigues dos Santos (1948)
Música: Wilson Fonseca (1941)

Santarém do meu coração!
Terra mimosa, de paz e de sonhos de amor.
Santarém do meu coração!
Lindo jardim, vivaz canteiro do Céu todo em flor.

Santarém, princesa da luz,
De praias alvas e campinas verdes, rio de anil,
Onde flutuam iáras mil,
Loucas, ao léu na onda azul.
Santarém, meu jardim, meu Pará, Meu Brasil.

Flor das margens virentes,
Formosas, ridentes,
Do meu Tapajós azul
- Azul como o Céu -

Quero cantar meu torrão, Santarém,
Terra de encantos, de amor e de luz,
Onde o Cruzeiro sem véu
Espelha a sombra da Cruz
No Céu.

O player a seguir possibilita-os ouvir o Hino de Santarém conduzido pela Orquestra Jovem Wilson Fonseca sob a regência de Agostinho Fonseca, Faixa 17 do CD "Sinfonia Amazônica - Vol. 1".

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Floresta Nacional do Tapajós



A Floresta Nacional do Tapajós foi a primeira Flona criada na Amazônia, criada pelo Decreto n° 73.684 de 19/02/1974, pelo General Emílio Médici, com uma área aproximada de 600 mil hectares na margem direita do Rio Tapajós - municípios de Santarém, Aveiros e Rurópolis. Em 1996, com a criação do município de Belterra, a maior parte da Flona passou a pertencer a esse município.

Sendo criada de forma autoritária em 1974, a presença das populações tradicionais (ribeirinhos, caboclos e índios) não era admitida na Flona. A legislação naquele tempo tinha uma única receita para a presença humana no interior das áreas: a desapropriação. Conforme relatado em artigo encontrado na Internet, esse incidente gerou uma série de conflitos e comunidades que secularmente faziam uso dos recursos da floresta começaram a perder seu próprio sustento, conforme descreve o trecho:

É cedo da manhã. Uma sirene toca. O som vem do rio.... as pessoas que já estão de pé, reconhecem o aviso, abandonam suas casas rapidamente e correm para a mata, levando suas crianças, seus velhos e alguns poucos pertences. A cena ainda hoje está na memória dos moradores das comunidades ribeirinhas da Floresta Nacional do Tapajós (Flona), interior do Estado do Pará, Amazônia brasileira. Corria o ano de 1978 e essa abordagem era a melhor estratégia usada na época pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, o antigo IBDF, para fazer com que as populações moradoras da Flona deixassem de viver na floresta. Os barcos trazendo os funcionários do IBDF chegavam nas comunidades às margens do rio Tapajós, ligavam as sirenes para surpreender as famílias. E, assim, anunciavam que tinham vindo para desapropriar os moradores de suas terras...




Esse impasse foi aos poucos sendo resolvido a partir de 1994, com o Decreto de Regulamentação das Florestas Nacionais. Diálogos entre o IBAMA e as populações ribeirinhas ajudaram na elaboração do Plano de Manejo. Hoje a FLONA é habitada por aproximadamente 1.100 famílias (estimam-se 6.000 habitantes) que vivem nas cinco áreas habitadas definidas pelo plano de manejo da unidade, elaborado em 2004. São caracterizadas principalmente por serem populações tradicionais que já viviam na área antes de sua criação, mas também com muitas habitantes provenientes de migração posterior. Estão distribuídas atualmente em 28 comunidades, uma sede municipal e em alguns lotes isolados ao longo da BR-163 (distribuídos em 1972 e 1973 pelo INCRA); vivem principalmente da pesca, da caça, do cultivo de mandioca, milho, arroz e feijão para subsistência, da criação de animais e da extração de produtos florestais não-madeireiros.

A seguir você pode ouvir uma música que retrata a vida do caboclo e seu relacionamento com a floresta.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Cerâmica Tapajoara

Nós mocorongos alguma vez já ouvimos falar sobre a cerâmica tapajoara. Quem cursou ensino fundamental na região, aulas de estudos sociais ou aulas de estudos paraenses, já deve ter estudado esse assunto. A cerâmica é a mais antiga de todas as indústrias. Desde os primórdios dos tempos, o homem se utiliza do barro endurecido para produzir utilitários domésticos.

Fiquei surpreso quando recentemente um pesquisador aqui do INPE fez um comentário comigo a respeito da cerâmica tapajônica. Pesquisando sobre o asunto encontrei muita coisa na internet, inclusive em sites estrangeiros que tratam do assunto (EUA e Europa). Livros que tratam do assunto podem ser encontrados a venda pela internet, como: Cerâmica Arqueológica da Amazônia, de autoria de Denisi Maria Cavalcante Gomes e Arte Rupestre na Amazônia da professora da UFPA Edithe Pereira do Museu Paraense Emilio Goeldi.

O fato é que a cerâmica tapajônica é um ícone da cultura dos índios que habitavam a região em torno do que hoje é a nossa cidade (ver mapa ao lado). Essa região é considerada o maior sítio pré-histórico da Amazônia. O que mais podemos lamentar é que não existe nenhum museu de arqueologia na região. Existem exemplares dessa cerâmica em muitos museus espalhados pelo mundo. Encontrei muitas reportagens sobre o comércio ilegal dessas peças arqueológicas. Esse comércio é abastecido sobretudo por achados casuais feitos em comunidades rurais ao redor de Santarém. Geralmente são fragmentos, encontrados em beira de rio ou em lavouras --boa parte da agricultura familiar da região se desenvolve sobre sítios.

A seguir temos alguns trechos de uma
matéria da Folha de São Paulo de 17/10/2005 que trata da falta de valor dado a cerâmica tapajoara. Quando questionado sobre se já havia encontrado artefatos pré-históricos, o agricultor Pedro Santos respondeu: "Dia desses bati com a enxada num machado de pedra. Joguei foi fora". Apesar de possuir uma pré-história rica, que atrai pencas de visitantes a exposições no sul do país e ainda desafia os arqueólogos, a região do baixo rio Tapajós não tem nenhum museu de arqueologia. Não há tampouco arqueólogos trabalhando na cidade para supervisionar construções e obras públicas. A cidade foi erguida sobre grandes extensões de terra preta, nome dado aos sedimentos escuros formados por ocupações humanas de grande densidade ou duração. Ali ficava a sede do cacicado dos índios tapajós, uma nação poderosa e politicamente organizada, que deu origem à lenda das Amazonas. Um relato do século 17 fala em 60 mil guerreiros sob o comando de seu chefe. A urbanização fez com que boa parte do centro de Santarém e o bairro conhecido --não por acaso-- como Aldeia soterrassem os sítios. É rotina, em construções, aparecerem cacos de cerâmica tapajônica ou mesmo peças de pedra. O registro arqueológico, não raro, é destruído no processo. "Não temos camadas históricas [do século 16] na região do porto de Santarém porque um trator da Companhia das Docas do Pará arrancou de 10 a 20 centímetros da superfície para "limpar" a vegetação", queixa-se a arqueóloga americana Anna Roosevelt, da Universidade de Illinois em Chicago, única pesquisadora a realizar escavações sistemáticas na cidade.