domingo, 7 de agosto de 2011

Fogo do Sairé - Maria Lídia

O símbolo do Sairé é um semicírculo, de cipó torcido, envolvido por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo estão três cruzes e no topo dele uma outra, que juntas representam o mistério da Santíssima Trindade e no topo um só Deus. A imagem da pomba, que representa o Espírito Santo, também faz parte do adorno.

Fogo do Sairé
Maria Lídia
Composição: Maria Lidia/doka Fernandes

Todo julho, todo ano,
Há um festival profano na vila de alter-do-chão,
Onde tupaiús, turistas, mocorongos, anarquistas
Formam uma só nação
Deus tupã se manifesta
E abençoa a grande festa desse povo em comunhão
Coração é alegria, quero dança e cantoria,
Toca, toca espanta-cão


Com a rima na ponta da língua,
Com a dança na ponta do pé,
Vou por terra, ar e água
Para o fogo do sairé


Palavra de ordem, brincar noite e dia
Quem fica parado, estraga a folia;
Rapaz que requebra demais quando dança,
Atraca de popa, não poupa a poupança

Com a rima na ponta da língua,
Com a dança na ponta do pé,
Vou por terra, ar e água
Para o fogo do sairé

Quem vai pro escuro caçar gafanhoto,
Ou pisa na cobra, ou topa com o boto;
Perigo é namoro na beira da praia,
Tem caco de vidro, piranha e arraia


Com a rima na ponta da língua,
Com a dança na ponta do pé,
Vou por terra, ar e água
Para o fogo do sairé


Cigarro que fede a palha queimada,
Papai não suporta e mete a porrada;
Cabra cachaceiro, vê se não fulera,
Na próxima esquina, a polícia te espera


Com a rima na ponta da língua,
Com a dança na ponta do pé,
Vou por terra, ar e água
Para o fogo do sairé


Aqui, catraieiro, te dou um trocado,
Me leva depressa lá pro outro lado;
Ô, dona maria, acabe essa broca
E sirva um peixinho na sua maloca


Com a rima na ponta da língua,
Com a dança na ponta do pé,
Vou por terra, ar e água
Para o fogo do sairé



Clique aqui para ouvir a música:

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dança na mata




DANÇA NA MATA
(Beto Paixão)

A lua é cheia
E o salão está vazio
O povo dança
Na sombra da castanheira
O Amazonas dá sinal que liberou
O amor é livre
E pode ser feito na areia

O boto vem
E vai dançar com a cabocla
Cintura fina
Cheirando a patchouli
Olhos azuis
E dizem que ela é morena
É uma pérola
Que brilha nesse rio

Santarém
Vou além
Dos teus encantos

Ouça a música aqui, ao som do grupo Quarteto Popular.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pôr-do-sol visto da Ilha do Amor em Alter-do-Chão



Filme que registra um lindo espetáculo da natureza: o pôr-do-sol visto da Ilha do Amor, na vila balneária de Alter-do-Chão, município de Santarém, estado do Pará, Brasil. Peço desculpas pelo amadorismo, o filme não está lá essas coisas, pois eu estava preparado apenas para contemplar o por-do-sol e decidi ligar a câmera e ajustá-la às pressas. Ao fundo está o rio Tapajós cuja a outra margem de tão distante não pôde nem ser registrada pela câmera. A trilha sonora que acompanha o vídeo é a música "Eterna Melodia" tocada por Sebastião Tapajós e Gilson Peranzzetta. Prestem atenção nos peixinhos que ficam saltando, parece que eles também queriam contemplar o pôr-do-sol.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Festa do Sairé

Origem da palavra Sairé

A palavra Çairé origina-se dos dois termos Çai Erê, que significa “Salve! Tu o dizes”, que era usada pelos índios como forma de saudação. Entretanto há uma controvérsia quanto a grafia da palavra Çairé. A palavra original é Sairé, mas em alguns momentos a comunidade de Alter-do-Chão, achou por bem, ou talvez por associarem sua derivação à linguagem indígena, passaram denominar a festa com uma nova escrita: Çairé. Entretanto, como pode-se contatar não há na língua portuguesa nenhuma palavra que inicie-se com "ç" e houve uma nova discussão sobre o assunto e por consenso, voltou-se a chamar a festa por seu nome original, Sairé.

Sairé: O Profano e o Religioso

saire

Originariamente, a Festa do Çairé era um baile indígena (puracê), uma "corda em giro", ou melhor, uma espécie de dança de roda conduzida por um "arco", que era o motivo indígena desse préstito e festival, o centro geométrico de um animado puracê (baile). No período da colonização, padres jesuítas navegavam pelo rio Amazonas, catequizando os índios com música e dança - o que deu início a um ritual religioso, que se repete durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, com ladainhas e rezas. Esse rito é um exemplo de como foi o missionário mestiçando a fé católica, através da dança e do canto, para catequizar o índio e dominá-lo por fim. Transformou-se portanto, em uma cerimônia religiosa e profana, onde entram nela a reza e a dança. Essa, consistia em passos curtos, como o de marcar passos dos soldados, com um movimento em que uma índia do centro servia de eixo sobre o qual girava o Çairé.


Sairé: A manifestação cultural

Com o passar do tempo, a festa do Sairé foi incorporando características populares com o acréscimo de danças e folguedos. Tais modificações fizeram com que a Igreja proibisse a sua realização em 1943. Somente em 1973, os moradores da vila de Ater do Chão resgataram o evento, conservando mais o cunho folclórico do que o religioso. A festividade era comemorada no mês de julho e posteriormente passou para a primeira quinzena de setembro.

A partir de 1997, foi inserida da festa do Sairé, a disputa dos Botos Cor de Rosa e Tucuxi como forma de enriquecer, difundir e manter viva a lenda mais famosa do povo amazônico. Como descreve a lenda, o boto se transforma em homem belo em noites de lua cheia, encanta as mulheres e seduz a cabocla mais bonita do povoado. A cada edição do Sairé, os botos se enfrentam na arena, desenvolvendo temas diferentes, porém sempre ressaltando a grandeza e beleza do caboclo amazônico.

boto tucuxi boto cor de rosa

O festival do Sairé e os Botos Cor de Rosa e Tucuxi têm como compromisso fazer de suas apresentações um resgate do imaginário poético de uma região abastada em lendas e estórias, além de promover o crescimento e a divulgação da nossa cultura e dos artistas locais. Para este ano, os botos lançaram os seguintes temas: ‘Este rio é minha rua' (Boto Cor de Rosa); ‘O suspiro da Amazônia’ (Boto Tucuxi). A programação oficial do Sairé 2009 pode ser conferida clicando aqui.

Ouça umas músicas típicas da festa

Estava aqui fuçando as profundezas de meu disco rígido e encontrei músicas de um álbum intitulado Çairé 1998 em que as músicas são cantadas pelo cantor Luiz Alberto e Grupo Borari. O nome das faixas eu não possuo. Disponibilizo as músicas para serem escutadas no player a seguir.






FONTE: Wikipedia, Brasil Mitos e Lendas e NoTapajos.com.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um Poema de Amor

Depois de passar uma temporada em Santarém, e com acesso restrito à internet, estou de volta com os posts. Esse aqui, eu creio que todo santareno que se preze, conhece o belíssimo poema intitulado "Um poema de amor", uma das mais populares obras de autoria de Wilson Fonseca.

UM POEMA DE AMOR
Letra e Música de Wilson Fonseca (Santarém-PA, 1953)

“... E quando a noite desceu
o poeta escreveu,
sua história de amor.
Tinha a grandeza do mar,
o esplendor do luar,
e a beleza da flor.

Era o romance,
uma linda canção,
nascida do coração.
Hoje, o poeta-cantor
Nada mais tem senão
UM POEMA DE AMOR...”
(Um Poema de Amor, de Amor...)

A seguir você pode ouvir a música, interpretada pela cantora Diane Almeida junto com a banda Quarteto Popular.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tango Amazônico

A temática do atualismo! Embora seja de mais de uma década atrás, o tema desta música de Nilson Chaves, composição de Luiz Fontana, não deixa de estar presente no dia-a-dia.

Tango Amazônico
Cantor: Nilson Chaves
Compositor: Luiz Fontana

Desde os tempos da Isabel
Já tinha índios abafando no inglês
Nossa Amazônia transformada em cartel
Nossa madeira na borracha e no papel
Do Tupi do Guarani
Só restou o Raoni
E um LP de rock'n roll
Que o Sting lhe deixou
Pelos tempos que passou
Nessas terras de Cabral
Tão roubando pra xuxu
Bem por debaixo do bigode do Sarney
E muita gente que se diz Caramuru
Tá na verdade construindo o Norte-Sul
Pelo bem da economia
Vão fazendo a ferrovia
E serrando nosso pau
Compensando a ecologia
Chico Mendes vira samba
Concorrendo ao Carnaval
Intercede o americano
E o mundo inteiro preocupadocom o País
A Xuxa no poder, Brizola sem saber
Pois nesta terra tudo pode acontecer
Se queima a gasolina, engana a malha fina
e a Rede Globo vai pegando pra valer...
E nas águas do plim-plim
Eu me transformo num herói tupiniquim.
Tira mão do meu terreiro
Esta eu vi primeiro
Tá provado pelo mapa
Teu buraco é mais em cima
Sai pra lá não se aproxima
Pois eu vou contar pro Papa.
Amazônia é minha e ninguém tasca
Não enche o saco vai cuidar do teu Alasca
Isso não se faz onde já se viu
O Tio Sam tirando casca do Brasil.
Isso não se faz onde já se viu
O Tio Sam que vá pra...
Olé!

Ouça aqui a música:

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Carimbó



A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense foi criada pelos índios Tupinambá que, segundo os historiadores, eram dotados de um senso artístico invulgar, chegando a ser considerados, nas tribos, como verdadeiros semi-deuses. O nome carimbó aplica-se tanto a dança como a música.

Inicialmente, segundo tudo indica, a "Dança do Carimbó" era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que, de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano.

Nos anos 60 e 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos (como guitarras) e passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk. Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de "curimbó", uma corruptela da palavra Carimbó. Costumam estar presentes também os maracás. Hoje em dia os instrumentos que acompanham o Carimbó são: reco-reco, violá, ganzá, banjo, duas maracás e flauta. A união desses instrumentos deu à música do carimbó um ritmo único, envolvente e extremamente sensual.




A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante. As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina. O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores. O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança. Em determinado momento da "dança do carimbó" vai para o centro um casal de dançadores para a execução da famosa dança do peru, ou "Peru de Atalaia", onde o cavalheiro é forçado a apanhar, apenas com a boca, um lenço que sua companheira estende no chão. Caso o cavalheiro não consiga executar tal proeza sua companheira atira- lhe a barra da saia no rosto e, debaixo de vaias dos demais, ele é forçado a abandonar a dança. Caso consiga é aplaudido.




Os trajes da dança Carimbó são os seguintes: homens com blusas lisas ou estampadas sobre calças lisas; lenço no pescoço, chapéu de palha, dançam descalços. Mulheres usam blusas que deixam ombros e barriga à mostra, muitos colares e pulseiras feitos de sementes da região e saias rodadas ou franzidas coloridas ou estampadas, uma influência das danças do Caribe, de origem negra. Usam também, flores ou arranjos na cabeça e vários enfeites ao gosto das dançarinas. Também dançam descalças.

Até o Príncipe Charles não resistiu ao ritmo do Carimbó. A imagem foi registrada durante sua visita à Floresta Nacional do Tapajós em Santarém.




Fonte: Wikipedia

Ouça uns carimbós aqui:

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Fotos da Enchente em Santarém


Todos nós pudemos acompanhar pelos noticiários informações sobre as enchentes que atingem a região Norte de nosso país. Segue aqui nessa postagem imagens recebidas por email que relatam a situação da região da orla de Santarém e proximidades.


Clique na imagem a seguir para visualizar.



domingo, 24 de maio de 2009

Antes e Depois: Orla de Alter do Chão

A nova orla de Alter do Chão deu uma nova cara à vila balneária, com obras de iluminação pública, pavimentação, construção de praça, quiosque, calçamento e paisagismo. As obras de revitalização da orla de foram executadas pelo Governo do Estado, através da Secretaria Executiva de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedurb), e faz parte do Programa Pará Urbe, financiado com recursos do governo do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Podemos observar nas imagens do antes (esquerda) e depois (direita).

ANTES (INÍCIO DA DÉCADA DE 90)DEPOIS (2008)








quinta-feira, 21 de maio de 2009

Alter do Chão




Alter-do-Chão (imagem acima) é uma vila do município de Santarém, Estado do Pará, sendo um balneário muito procurado por turistas que visitam a Amazônia brasileira. Assim como outros lugares do Estado, deve seu nome a uma vila portuguesa chamada Alter do Chão. A história da vila de Alter do Chão tem suas origens a partir da colonização dos índios Boraris, os primeiros habitantes da região. É banhada pelo rio Tapajós e, durante a época de estiagem, surge um deslumbrante cenário de praias de areias finas com águas límpidas e transparentes. Recentemente foi eleita uma das melhores praias do Brasil, pelo jornal inglês The Guardian. Durante a seca, surge uma faixa de areia em frente a vila, que acabou sendo chamada de "Ilha do Amor". Na "Ilha do Amor" montam-se vários bares para servir os turistas, que atravessam o rio por meio de pequenas canoas, conhecidas por catraias. O nascer e o pôr-do-sol são magníficos espetáculos da natureza em Alter-do-Chão'. A seguir temos a imagem da Ilha e das catraias atravessando os turistas.




A seguir um vídeo que fala mais sobre essa vila balneária: