terça-feira, 19 de agosto de 2008

Hino do município de Santarém

O Hino Municipal de Santarém teve sua letra produzida por Paulo Rodrigues dos Santos em 1948 e sua música original, de Wilson Fonseca, data de 1941. O hino foi oficializado pela Lei Municipal nº 245/71, de 23 de outubro de 1971. Conforme afirma Vicente Fonseca, as primeiras palavras do hino, aliás, aproveitadas pelo Poeta Paulo Rodrigues dos Santos, são de autoria de Wilson Fonseca: "Santarém do meu coração", que revela o seu amor pela Pérola do Tapajós, reafirmado em tantas outras composições, verdadeiros clássicos do cancioneiro santareno, algumas consideradas hinos sentimentais da terra querida, com o caso das músicas Canção da Minha Saudade e Minha Terra Querida.

Letra: Paulo Rodrigues dos Santos (1948)
Música: Wilson Fonseca (1941)

Santarém do meu coração!
Terra mimosa, de paz e de sonhos de amor.
Santarém do meu coração!
Lindo jardim, vivaz canteiro do Céu todo em flor.

Santarém, princesa da luz,
De praias alvas e campinas verdes, rio de anil,
Onde flutuam iáras mil,
Loucas, ao léu na onda azul.
Santarém, meu jardim, meu Pará, Meu Brasil.

Flor das margens virentes,
Formosas, ridentes,
Do meu Tapajós azul
- Azul como o Céu -

Quero cantar meu torrão, Santarém,
Terra de encantos, de amor e de luz,
Onde o Cruzeiro sem véu
Espelha a sombra da Cruz
No Céu.

O player a seguir possibilita-os ouvir o Hino de Santarém conduzido pela Orquestra Jovem Wilson Fonseca sob a regência de Agostinho Fonseca, Faixa 17 do CD "Sinfonia Amazônica - Vol. 1".

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Floresta Nacional do Tapajós



A Floresta Nacional do Tapajós foi a primeira Flona criada na Amazônia, criada pelo Decreto n° 73.684 de 19/02/1974, pelo General Emílio Médici, com uma área aproximada de 600 mil hectares na margem direita do Rio Tapajós - municípios de Santarém, Aveiros e Rurópolis. Em 1996, com a criação do município de Belterra, a maior parte da Flona passou a pertencer a esse município.

Sendo criada de forma autoritária em 1974, a presença das populações tradicionais (ribeirinhos, caboclos e índios) não era admitida na Flona. A legislação naquele tempo tinha uma única receita para a presença humana no interior das áreas: a desapropriação. Conforme relatado em artigo encontrado na Internet, esse incidente gerou uma série de conflitos e comunidades que secularmente faziam uso dos recursos da floresta começaram a perder seu próprio sustento, conforme descreve o trecho:

É cedo da manhã. Uma sirene toca. O som vem do rio.... as pessoas que já estão de pé, reconhecem o aviso, abandonam suas casas rapidamente e correm para a mata, levando suas crianças, seus velhos e alguns poucos pertences. A cena ainda hoje está na memória dos moradores das comunidades ribeirinhas da Floresta Nacional do Tapajós (Flona), interior do Estado do Pará, Amazônia brasileira. Corria o ano de 1978 e essa abordagem era a melhor estratégia usada na época pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, o antigo IBDF, para fazer com que as populações moradoras da Flona deixassem de viver na floresta. Os barcos trazendo os funcionários do IBDF chegavam nas comunidades às margens do rio Tapajós, ligavam as sirenes para surpreender as famílias. E, assim, anunciavam que tinham vindo para desapropriar os moradores de suas terras...




Esse impasse foi aos poucos sendo resolvido a partir de 1994, com o Decreto de Regulamentação das Florestas Nacionais. Diálogos entre o IBAMA e as populações ribeirinhas ajudaram na elaboração do Plano de Manejo. Hoje a FLONA é habitada por aproximadamente 1.100 famílias (estimam-se 6.000 habitantes) que vivem nas cinco áreas habitadas definidas pelo plano de manejo da unidade, elaborado em 2004. São caracterizadas principalmente por serem populações tradicionais que já viviam na área antes de sua criação, mas também com muitas habitantes provenientes de migração posterior. Estão distribuídas atualmente em 28 comunidades, uma sede municipal e em alguns lotes isolados ao longo da BR-163 (distribuídos em 1972 e 1973 pelo INCRA); vivem principalmente da pesca, da caça, do cultivo de mandioca, milho, arroz e feijão para subsistência, da criação de animais e da extração de produtos florestais não-madeireiros.

A seguir você pode ouvir uma música que retrata a vida do caboclo e seu relacionamento com a floresta.

sábado, 16 de agosto de 2008

Amazônia



Essa é uma música de Nilson Chaves que pode ser considerada como o hino da grande Nação Amazônida. É uma de minhas músicas favoritas, pois enaltece minhas raízes amazônicas. Sou um caboclinho do meio da floresta amazônica, tenho sangue indígena Tupaiú, sou da terra de Nurandaluguaburabara, e tenho de orgulho de dizer isso aos amigos daqui do sudeste do Brasil. O fato é que todos nós amazônidas temos orgulho de termos nascido na região mais rica do planeta. Podemos ver hoje os olhos do mundo para a Amazônia.

Logo após a letra existe um player para ouvi-la.

Amazônia
Nilson Chaves

Sim eu tenho a cara do saci
O sabor do tucumã
Tenho as asas do curió
E namoro cunhatã
Tenho o cheiro do patchuli
E o gosto do taperebá
Eu sou açaí e cobra grande
O curupira sim saiu de mim...

Sei cantar o ``tá'' do carimbó,
Do siriá e do lundú
O caboclo lá de Cametá
E um índio do Xingu
Tenho a força do muiraquitã
Sou pipira das manhãs
Sou um boto, igarapé
Sou rio Negro e Tocantins

Samaúma da floresta,
Peixe-boi e jabuti
Mururé filho da sela
A boiúna está em mim
Sou curumim, sou Guajará
O Valdemar, o Marajó, cunhã
A pororoca sim nasceu em mim
Nasceu em mim, nasceu em mim...

Sim eu tenho a cara do Pará
O calor do tarubá
Um uirapuru que sonha
Sou muito mais...
Eu sou... Amazônia!


Ouça aqui a música:

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Rio Tapajós



O Rio Tapajós é um rio brasileiro que nasce no estado de Mato Grosso, que banha parte do estado do Pará e que deságua no rio Amazonas ainda no estado do Pará. Possui 1.992 km de extensão, nasce nas divisas dos Estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Possui águas claras devido ter suas cabeceiras nos escudos cristalinos pré-cambrianos. Drenam solos muito intemperizados e suas águas não são tão ácidas; a carga de material em suspensão é pequena tornando suas águas claras.

Na sua foz - em frente a Santarém - o rio Tapajós faz um espetáculo a parte junto com o rio Amazonas. As águas ocre-argilosas do rio Amazonas e as verde-azuladas do rio Tapajós correm paralelamente por alguns quilômetros, sem se misturarem. A explicação científica desta comtemplação da natureza se dá devido às diferenças de composição, densidade e temperatura das águas dos rios e como conseqüência as águas dos rios não se misturam. Vejam imagem a seguir.



O que mais chama a antenção em toda a extensão do rio Tapajós são as suas belíssimas praias que surgem no período de estiagem (Junho a Outubro). As praias são uma verdadeira febre no quente verão amazônico. Com o fim das chuvas, os rio diminui seu volume de água, deixando à mostra quase 100 km lineares de praias de areias brancas ou amareladas, ao longo de ambas as margens, constituindo-se em atrações turísticas. Clique na imagem a seguir para visualizar um pouco dessas praias, partindo-se de Santarem.



Clique aqui

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Cerâmica Tapajoara

Nós mocorongos alguma vez já ouvimos falar sobre a cerâmica tapajoara. Quem cursou ensino fundamental na região, aulas de estudos sociais ou aulas de estudos paraenses, já deve ter estudado esse assunto. A cerâmica é a mais antiga de todas as indústrias. Desde os primórdios dos tempos, o homem se utiliza do barro endurecido para produzir utilitários domésticos.

Fiquei surpreso quando recentemente um pesquisador aqui do INPE fez um comentário comigo a respeito da cerâmica tapajônica. Pesquisando sobre o asunto encontrei muita coisa na internet, inclusive em sites estrangeiros que tratam do assunto (EUA e Europa). Livros que tratam do assunto podem ser encontrados a venda pela internet, como: Cerâmica Arqueológica da Amazônia, de autoria de Denisi Maria Cavalcante Gomes e Arte Rupestre na Amazônia da professora da UFPA Edithe Pereira do Museu Paraense Emilio Goeldi.

O fato é que a cerâmica tapajônica é um ícone da cultura dos índios que habitavam a região em torno do que hoje é a nossa cidade (ver mapa ao lado). Essa região é considerada o maior sítio pré-histórico da Amazônia. O que mais podemos lamentar é que não existe nenhum museu de arqueologia na região. Existem exemplares dessa cerâmica em muitos museus espalhados pelo mundo. Encontrei muitas reportagens sobre o comércio ilegal dessas peças arqueológicas. Esse comércio é abastecido sobretudo por achados casuais feitos em comunidades rurais ao redor de Santarém. Geralmente são fragmentos, encontrados em beira de rio ou em lavouras --boa parte da agricultura familiar da região se desenvolve sobre sítios.

A seguir temos alguns trechos de uma
matéria da Folha de São Paulo de 17/10/2005 que trata da falta de valor dado a cerâmica tapajoara. Quando questionado sobre se já havia encontrado artefatos pré-históricos, o agricultor Pedro Santos respondeu: "Dia desses bati com a enxada num machado de pedra. Joguei foi fora". Apesar de possuir uma pré-história rica, que atrai pencas de visitantes a exposições no sul do país e ainda desafia os arqueólogos, a região do baixo rio Tapajós não tem nenhum museu de arqueologia. Não há tampouco arqueólogos trabalhando na cidade para supervisionar construções e obras públicas. A cidade foi erguida sobre grandes extensões de terra preta, nome dado aos sedimentos escuros formados por ocupações humanas de grande densidade ou duração. Ali ficava a sede do cacicado dos índios tapajós, uma nação poderosa e politicamente organizada, que deu origem à lenda das Amazonas. Um relato do século 17 fala em 60 mil guerreiros sob o comando de seu chefe. A urbanização fez com que boa parte do centro de Santarém e o bairro conhecido --não por acaso-- como Aldeia soterrassem os sítios. É rotina, em construções, aparecerem cacos de cerâmica tapajônica ou mesmo peças de pedra. O registro arqueológico, não raro, é destruído no processo. "Não temos camadas históricas [do século 16] na região do porto de Santarém porque um trator da Companhia das Docas do Pará arrancou de 10 a 20 centímetros da superfície para "limpar" a vegetação", queixa-se a arqueóloga americana Anna Roosevelt, da Universidade de Illinois em Chicago, única pesquisadora a realizar escavações sistemáticas na cidade.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Dança de tudo

Título: Dança de tudo
Cantor: Nilson Chaves

Nas ondas do mar são grandes movimentos,
A espuma no ar é um belo movimento,
O leito do fundo do rio é o verde alto do mar,
É a mágica dança das águas e seus mistérios
O vento na mata é um grande movimento
As nuvens no ar são leves movimentos
No corpo esse ato de amor explode uma dança no ar,
É o grande momento da terra em seus movimentos
A força do fogo é som, é movimento
O canto do nogo é som, é movimento
E a mente na sua explosão
É o vento no ar da emoção
Desse fogo com a água e a terra no mesmo momento.

Ouça aqui a música:

Epistemologia do Açaí

A etimologia da palavra açaí encontra-se no vocábulo tupi ïwasa'i que significa "fruto que chora", ou seja, fruta que expele água. O açaí é um fruto consumido há muito tempo pelos indígenas e moradores da região amazônica, devido as suas qualidades nutritivas. Além de ter um sabor delicioso e refrescante, é rico em lipídios e vitamina E, que ajuda a combater os radicais livres. A alta concentração de fibras melhora as funções intestinais, percebidas em duas semanas de consumo. A presença de vitamina B1 e o teor elevado de pigmentos anticianianos que são antioxidantes, favorece a circulação sanguínea. Mas, seu componente mais importante é o ferro, indicado no tratamento de anemias e fortalecimento muscular.

Por causa de seus valores nutricionais, o açaí vem despertando o interesse de pesquisadores de todo o mundo. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Pará e coordenada pelo químico belga, Herve Rogez, levantou a tabela nutricional do açaí, permitindo concluir que este é o ingrediente perfeito para um café da manhã reforçado e para praticantes de atividades esportivas, crianças e executivos. Por ser rico em ferro, fibras, fósforo, minerais, gordura vegetal, cálcio, potássio e vitaminas, a fruta parece ter saído do laboratório dos nutricionistas de encomenda para geração saúde. A descoberta dos valores nutricionais do açaí está gerando uma demanda imensa pela fruta em muitos países, principalmente o EUA.

A figura ao lado mostra os processos de obtenção do açaí, desde extração da fruta da palmeira até a preparação da bebida. O caboclo sobe na palmeira e extrai o cacho contendo a fruta. Para preparar a bebida, o açaí deve ser primeiramente despolpado em máquina própria ou amassado manualmente (depois de ficar de molho na água), para que a polpa se solte, e misturada com água, se transforme em um suco grosso também conhecido como vinho do açaí.

A forma tradicional na Amazônia de tomar o açaí é gelado com farinha de mandioca ou tapioca. Há quem prefira fazer um pirão com farinha e comer com peixe assado ou camarão e mesmo os que preferem o suco com açúcar. As sementes limpas são muito utilizadas para o artesanato. Quando descartadas, servem como adubo orgânico para plantas. Nas demais regiões do Brasil, o açaí é preparado da polpa congelada batida com xarope de guaraná, gerando uma pasta parecida com um sorvete, ocasionalmente adicionando frutas e cereais, o que não é bem visto pelos habitantes da região Norte, que encaram a mistura como um desperdício de açaí. O detalhe é que isso gerou uma distorção na concepção de consumo da fruta: poucos brasileiros sequer sabem que o fruto é nativo do Norte, muito menos, sabem que é consumido puro.

Na região Norte, tanto humildes ribeirinhos como as classes economicamente mais favorecidas dos grandes centros urbanos consomem açaí sem os artifícios empregados nas outras regiões do país, considerando o açaí de duas classes: o açaí legítimo, sem tais artifícios, e o açaí não-original, que é aquele em que se acrescenta água para dar mais volume e muitas das vezes até amido com intuito de obter mais consistência, comercializado no resto do país.


Coloco aqui a música Sabor Açaí do violeiro amazônico Nilson Chaves (o player para ouvi-la encontra-se disponível após a letra):

Sabor Açaí -
Nilson Chaves

Composição: Nilson Chaves e João Gomes

E prá que tu foi plantado
E prá que tu foi plantada
Prá invadir a nossa mesa
E abastar a nossa casa...

Teu destino foi traçado
Pelas mãos da mãe do mato
Mãos prendadas de uma deusa
Mãos de toque abençoado...

És a planta que alimenta
A paixão do nosso povo
Macho fêmea das touceiras
Onde Oxossi faz seu posto...

A mais magra das palmeiras
Mas mulher do sangue grosso
E homem do sangue vasto
Tu te entrega até o caroço...

E tua fruta vai rolando
Para os nossos alguidares
Tu te entregas ao sacrifício
Fruta santa, fruta mártir
Tens o dom de seres muito
Onde muitos não têm nada
Uns te chamam açaizeiro
Outros te chamam juçara...

Põe tapioca
Põe farinha d'água
Põe açúcar
Não põe nada
Come e bebe como um suco
Eu sou muito
Mais que um fruto
Sou sabor marajoara
Sou sabor marajoara
Sou sabor...

Põe tapioca
Põe farinha d'água...

Ouça aqui a música:

Canção da minha saudade

Para alguém provar que é "mocorongo" [nascido em Santarém], nem precisa exibir a carteira de identidade ou a certidão de nascimento. Basta demonstrar que sabe cantar: "Nunca vi praias tão belas/Prateadas como aqueles/Do torrão em que nasci...” (Vicente Malheiros da Fonseca – filho do maestro Wilson Fonseca)

A canção tem emocionado gerações de santarenos e até mesmo aqueles que ali não nasceram, mas que a amam pela sua hospitalidade, criatividade, musicalidade e, sobretudo, pelas belas praias que a cidade possui às margens do rio Tapajós.

Cresci nas proximidades do rio Tapajós, bairro da Aldeia, e na minha infância, na época que a água do rio baixava, aos finais de semanas muitas famílias baixavam para tomar banho de rio e curtir a famosa "Coroa de Areia" em frente a cidade. Uma outra opção na época era a praia de "Vera Paz". Quando criança cheguei ainda a tomar banho de rio na famosa "Coroa de Areia" e na praia de "Vera Paz". Mas recentemente as coisas estão meio diferentes. A praia de Vera Paz ficou pro passado após a construção do porto para escoamento de grãos da Cargill Agrícola (existe uma ação no ministério público contra os danos causados - clique aqui pra ver). A coroa de Areia não possui mais a beleza de antes devido a degadação causada pela ação do homem com o grande número de embarcações que por alí transitam e a poluição. A seguir temos a foto de Ronaldo Ferreira que registra a atual coroa de areia e a foto de Edson Queiroz que mostra o porto da Cargill. Não consegui foto que mostrem como eram antigamente a Coroa de Areia e a Praia de Vera Paz, mas a tenho em minhas lembranças e creio de alguns de vocês também a tem. Caso algum leitor possua antigas fotos das duas praias e tem interesse em compartilhar pode enviar que coloco aqui no blog.

Atual praia da Coroa de Areia, em frente à Capitania dos Portos de Santarém. (Foto: Ronaldo Ferreira)

Cargill chegou a Santarém-PA acabando com a praia de Vera Paz.(Foto: Edson Queiroz)

Deixo a seguinte pergunta aos leitores: Será que o homem vai destruir a inspiração do poeta?

Eis a letra da "CANÇÃO DE MINHA SAUDADE" (para ouvir a música você pode usar o player logo abaixo da letra):

Canção de Minha Saudade
Letra: Wilmar Fonseca
Música: Wilson Fonseca (1949)

Nunca vi praias tão belas
Prateadas como aquelas
Do torrão em que nasci!
Da CAIEIRA, do LAGUINHO
(MAPIRI é um carinho)
Onde canta a Juruti.
Nunca vi praia tão boa
Como aquela da COROA
Bem pertinho do SALÉ...
De SÃO MARCOS, tão branquinha
(A candura da PRAINHA)
VERA-PAZ... MARIA JOSÉ!

Bem juntinho àquela serra
Que domina a minha terra,
Tem um pé de sapoti
Onde entoa, sem mentira,
Alegrando CAMBUQUIRA
O seu canto o Bem-te-vi.
Quem me dera em suas águas
Sufocar as minhas mágoas
A beira do Igarapé!
E depois no IRURÁ
(Ó meu Deus, quando será?)
Reviver a minha fé.

Mergulhei já no AMAZONAS
(Não me digas: tu blasonas)
P’ra no TAPAJÓS boiar...
Há encanto em teus jardins
Vicejando benjamins
Que prateiam ao luar.
Tens Maria por padroeira
Essa Mãe tão brasileira,
SANTARÉM DA CONCEIÇÃO .
Se relembro teus recantos,
Ó Jesus lá vêm meus prantos,
Vou cantando esta canção!

Ouça aqui a música:

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Santarém, minha terra querida!


A obra publicada nesse post, letra e música, é de autoria do saudoso e imortal Maestro Wilson Fonseca (Maestro Isoca) intitulada “Terra Querida”. Pra quem está longe de Santarém, ouvir essa música traz ainda mais saudade! Abaixo do poema tem um player que permite ouvir a música.

TERRA QUERIDA
Letra e música de Wilson Fonseca (1961)

Minha terra tão querida,
Meu encanto, minha vida,
Santarém do meu amor,
Deus te deu tanto riqueza,
Enfeitando a natureza
Que inspira o teu cantor.
Que saudade a gente sente
Quando está da terra ausente!...
Dá vontade de chorar...
Vê-se o rio cristalino,
"Rocha Negra" e "Diamantino"
Desfilando no pensar!...

Quando à noite a lua cheia
Vem brilhar na branca areia
Da formosa "Salvação",
O cantor faz serenata,
Entre o rio e a verde mata,
Ponteando o violão!...
E se a noite está serena
Vai cantando até a "Lorena",
Que saudade isto me traz!...
Recordando os teus encantos
Dos meus olhos correm prantos.
Recordar é sofrer mais.

Vi em sonhos encantados
Teus eternos namorados:
Amazonas, Tapajós.
Paralelos no caminho
Disputando o teu carinho
Numa luta tão feroz.
"Ponta Negra" entre os dois rios
Tem suaves amavios
Que eu recordo a soluçar...
Santarém fica defronte,
E as catraias formam ponte
Que ao "Trapiche" vai chegar!...





Ouça aqui a faixa número 2 do CD Sinfonia Amazônica 2 da Orquestra Sinfônica Wilson Fonseca (Participação Especial do Cantor Francisco Campos).